quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Literatura em Libras estimula inclusão e desenvolvimento de crianças surdas

Histórias impressas e vídeos em Libras instigam memória e vocabulário. "Realfabetização" dos pais é importante para a criança se sentir acolhida. 


 Com quatro anos, Fabrizzio Castro já sabe ler, escrever e chama a atenção como contador de histórias. A mãe dele, Fernanda Soares, credita o desenvolvimento ao intenso contato da criança com literatura. O menino, que é surdo desde o nascimento, é apaixonado por livros e DVDs infantis e chega a pedir os artigos como presente em datas comemorativas ao invés de brinquedos.
"Ele prefere livros a carrinhos", diz Cláudia Soares, avó de Fabrízzio Castro (Foto: Fernanda Brescia/G1) Histórias em formato impresso ou digital estimulam o vocabulário e o ganho de habilidades para crianças surdas. As narrativas traduzidas ou adaptadas para a Linguagem Brasileira de Sinais (Libras) são ainda mais indicadas, segundo especialistas. Para a professora e coordenadora do Núcleo de Libras da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Elideia Bernadino, o contato com a Libras deve ser incentivado desde cedo. “O quanto antes [a criança] tiver contato com a Libras, melhor pra ela, porque vai ajudar no desenvolvimento cognitivo e ela vai adquirir uma língua cedo. O aprendizado da Libras não vai interferir no aprendizado do português”, afirma. Ainda segundo a pesquisadora, as expressões corporais e faciais do intérprete que conta uma história transmitem sentimentos que ajudam na integração e no desenvolvimento das crianças da comunidade surda. “Vários surdos falam comigo: ‘português não tem emoção como a Libras’. O texto escrito é uma coisa fria para uma pessoa que não domina a língua. Na Libras, a criança sente a emoção narrada”, disse. Fabrizzio, que é filho de surdos, teve contato com a Libras desde o nascimento. “Desde os primeiros meses, ele já é sinalizado. Ele falava ‘mamãe’ e ‘papai’ usando sinais. Hoje, ele está começando a aprender o português”, relatou a avó do menino, Cláudia Soares. Segundo Cláudia, antigamente, a surdez era vista como doença e os surdos não eram acolhidos como hoje. Ela relatou que tinha 18 anos quando descobriu que a filha Fernanda, com cinco meses, era surda, mas não aceitava. “Eu teimava pra ela falar ‘copo’, mas ela não entendia. Era difícil construir uma história, uma frase”, disse. “Quando ela dominou a Libras, aos 16 anos, passou a dar significado para as coisas”, completou. “Às vezes ela me perguntava ‘o que é isto?’ e eu não conseguia passar pra ela. Com o Fabrizzio, o retorno é imediato. Tenho várias formas para mostrar para ele. A comunicação é 100%. Com a Fernanda, não chegava aos 50%”, conta




Comentário: o esforço dos pais associado com os professores tem dado bons resultados, pois muitas crianças surdas tem tido um bom desenvolvimento. 

Postado por: Viviane






Um comentário:

  1. Meninas, essa matéria é muito boa. Bom post, muito bom, referência, resumo, imagem, comentário ;)

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